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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Diwali + feeling good!

O hospital que fiquei é uma hora distante da cidade que estou morando. Quando tive alta o Rajdeep, diretor da escola, tinha compromissos com um parente que havia falecido e não podia me buscar, portanto a família de uma Aiesecer me hospedou por 3 dias.
Sai do hospital, feliz por estar bem, fui direto para a casa da Vanya. Ela mora com os pais, a avó e um irmão. Foi muito bom estar com eles, a mãe da familia se preocupou comigo todos os dias preparando refeições especiais conforme o médico prescreveu. A relação entre Vanya e seu irmão me fez lembrar o meu irmão, que saudades.
Cheguei no dia 05 na casa da Vanya e fui avisada que no dia 06, o feriado de Diwali (feriado das luzes o mais esperado pelos indianos, eles adoram, parece o Natal, pois as casas são decoradas com luzes, troca-se presentes e tem muito fogos) seria um dia agitado, portanto eu devia descansar. Acordei no dia 06 e após receber um presente, uma bata bem legal, tomei café e iniciamos a decoração da casa. Primeiro colocamos flores no portão, ficou bunito.

Flores e folha de mangueira.

Depois começamos a desenhar o Rangoli, desenho feito com areias coloridas, fizemos o símbolo OM na entrada da casa.

Pra provar que ajudei.



Rato carregando o simbolo OM (rangoli).


Ai pegamos algodão e fizemos velas, pedaço de algodão enrolado dentro de um pequeno pote com óleo funciona como vela, espalhamos por toda a casa.
Quando toda a decoração estava feita iniciamos a comemoração, as 19h30 fomos para o templo(altar) da casa e fizemos oferendas de comidas, terceiro olho de tinta na testa, lã amarrada no pulso(costume nas celebrações hindus) e oração para os Deuses. Depois jantamos e fomos para a rua estourar fogos de artificio, a rua toda, cada um na sua casa, fazendo o céu brilhar...porém algumas famílias já não fazem mais essa comemoração, pois polue e existem muitos casos de queimaduras, na família do Rajdeep teve um. Quando já estavamos cansados dos fogos caminhamos pelo bairro e fomos dormir.

No dia seguinte os tios e primos da Vanya apareceram para passar o final de semana. Dormiram de sabado para domingo com nós. Fomos no parquinho, brinquei de pega-pega e desci no escorregador. No domingo de manhã teve uma celebração entre irmãos, as meninas davam comida para os meninos e em troca eles davam dinheiro...eu também participei e lembrei de você Di. A tarde fiquei assistindo filme com o primo da Vanya, lembrei do Fê. A noite o Rajdeep me pegou e eu agradeci muito a Vanya, sua mãe e familia por me hospedarem esses 3 dias. Com eles, lembrei muito da minha família, me senti a vontade e o principal é que senti muito amor entre eles e enxeu o meu coração também. Sério, teve um dia que senti meu peito cheio e fiquei pensando como colocar aquele amor pra fora.

Vanya e irmao.

Hoje é terça-feira, duas semanas depois que comecei a me sentir doente, voltei a trabalhar e me sinto bem. Logo no primeiro dia, que passei mal, comecei a me perguntar, "Por que eu estou passando por isso?", até comentei com a Hema que tenho isso de ficar me questionando a cada acontecimento. Acredito que tudo é meu, não é culpa de ninguém, mas sim minha história. No começo achei que estava doente por algum erro, alguma falha que tinha cometido, como se fosse um castigo. Mas depois de viver todos esses dias, ler um livro nesse período "Violetas na Janela" e refletir sobre esse período que estou na Índia sinto que esse estado de fraqueza que tive veio para que eu dê valor a minha saúde, para que eu me cuide de verdade, pois minha saúde é preciosa. Para que eu não tenha preguiça e nem coloque obstáculos no meu dia-a-dia, pois a maior alegria é poder vivê-lo. Na simplicidade da vida, nos pequenos atos, nas verdadeiras intenções, no prazer de sentir a vida ao ser útil e enxergar o serviço como um motivo de alegria, transformarmos qualquer mal estar em real encontro da real felicidade...

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